quarta-feira, 16 de novembro de 2011

O beijo do Papa e o marketing da Benetton

Até onde pode chegar a avidez de certas formas de publicidade? A Benetton em suas campanhas se notabilizou pela tática de chocar, de balançar os conceitos, em especial do conservadorismo. E seus marketeiros sempre conseguem. Desta vez o beijo entre o sumo pontífice da Igreja Católica e o mandatário mulçumano causou rebuliço em toda a imprensa mundial. Mas de maneira fulminante veio a reação e o "o grupo italiano Benetton anunciou nesta quarta-feira (16) a decisão de retirar de circulação de sua nova campanha publicitária uma fotomontagem que mostra o Papa Bento XVI "beijando" na boca o imã da universidade egípcia de Al Azhar, Ahmed el Tayyeb.
"Lembramos que o sentido desta campanha é exclusivamente combater a cultura do ódio sob todas as formas", comentou, em comunicado, a Benetton, lamentando o fato de a utilização da imagem ter "ofendido os sentimentos dos fiéis"
O anúncio da decisão da Benetton foi divulgado minutos depois que o porta-voz da Santa Sé, Federico Lombardi, ter informado em nota oficial que a Secretaria de Estado do Vaticano estudava possíveis medidas para "garantir o respeito à figura do Santo Padre". O Vaticano considerou a fotomontagem falta de respeito a Bento XVI.
O Vaticano afirmou que a campanha se trata de "um uso inaceitável da imagem do Santo Padre, manipulada e instrumentalizada no marco de uma campanha publicitária com fins comerciais".  (Com informações do G1 e Agências Internacionais)
Resta saber se a tática de comunicação da Benetton surtirá efeito no aumento das vendas de seus produtos. Caso sim, seremos obrigados a reconhecer que se "Habemos Papa" o Papa é definitivamente pop e ajuda a vender. No mais, resta a indignação contra a campanha que desnuda  a tênue relação entre o sacro que nos liga ao céu e o profano do capitalismo que nos faz afundar na terra.

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